Grande Goethe

Frase preferida:

Ousadia tem genialidade, poder e magia.

Mãe ( De Carlos Drummond Andrade)

Para Sempre

Por que Deus permite
que as mães vão se embora?
Mãe não tem limite,
é tempo sem hora,
luz que não se apaga
quando sopra o vento
e chuva desaba,
veludo escondido
na pele enrugada,
água pura, ar puro,
puro pensamento.
Morrer acontece
com o que é breve e passa
sem deixar vestígio.
Mãe, na sua graça,
é eternidade.
Por que Deus se lembra
- mistério profundo -
de tirá-la um dia?
Fosse eu Rei do Mundo,
baixava uma lei:
Mãe não morre nunca,
mãe ficará sempre
junto de seu filho
e ele, velho embora,
será pequenino
feito grão de milho.

Perdendo Dentes (Pato Fu)

Pouco adiantou
Acender cigarro
Falar palavrão
Perder a razão

Eu quis ser eu mesmo
Eu quis ser alguém
Mas sou como os outros
Que não são ninguém

Acho que eu fico mesmo diferente
Quando falo tudo o que penso realmente
Mostro a todo mundo que eu não sei quem sou
E uso as palavras de um perdedor

As brigas que ganhei
Nenhum troféu
Como lembrança
Pra casa eu levei

As brigas que perdi
Estas sim
Eu nunca esqueci

10 ANOS TERMINAM EM.... TEATRO


E aí povo!!!
Sexta-feira fez 10 anos que conheci o Daniel. Para comemorar nada melhor que um pouco de cultura, né? Fomos ao teatro. A peça era "A comédia dos erros". Foi muito legal e eu recomendo. Quem interpretou o personagem principal foi o Bruno Gracia, mas quem roubou a cena mesmo foi o personagem Drômio. Rimos muito e terminamos a noite em uma Cantina Italiana lá na Vl. Madalena. E para completar, 1 da manhã quem me esperava acordadíssima, empurrando o carrinho na sala de casa??? A Ceci, lógico! Coitados dos vizinhos.

Eu Profundo

"Tenho pensamentos que, se pudesse revelá-los e fazê-los viver, acrescentariam nova luminosidade às estrelas, nova beleza ao mundo e maior amor ao coração dos homens."
(Fernando Pessoa, em "O Eu Profundo")

Renato Russo e Hebert Viana

TEMPO

Clube Da Esquina

Essa música me deixa melancólica. Mas é um sentimento gostoso, de ficar quieta num canto,deixando-a me embalar.

Sessão Nostalgia

Não fale mal . . .


As vezes canso da internet. É tão fácil encontrar pessoas que se acham no direito de julgar, falar mal. Tenho opiniões fortes em relação a muitos assuntos, algumas são até polêmicas. Mas e daí? Preciso expô-las aqui e ofender a quem navega, se depara com esse blog e gentilmente lê minhas observações? Convicta que não, abordo assuntos mais leves e que não ataquem a ninguém. Caminho por prados quando preciso de paz. Campo minado... mal-humor, passo direto...

Um livro que amei


Me surpreendi com os livros do James Patterson. Há um cuja história acho incrivelmente tocante. Chama-se "O diário". Há vários poemas ao longo da narrativa. Abaixo está um curtinho mas cheio de significado.

Os tão desejados barcos
Retornam vazios ou submergem nas profundezas.
E os olhos perdem primeiro as lágrimas, depois o sono.

Sentes, Pensas e Sabes que Pensas e Sentes


Dizes-me: tu és mais alguma cousa
Que uma pedra ou uma planta.
Dizes-me: sentes, pensas e sabes
Que pensas e sentes.
Então as pedras escrevem versos?
Então as plantas têm idéias sobre o mundo?

Sim: há diferença.
Mas não é a diferença que encontras;
Porque o ter consciência não me obriga a ter teorias sobre as cousas:
Só me obriga a ser consciente.

Se sou mais que uma pedra ou uma planta? Não sei.
Sou diferente. Não sei o que é mais ou menos.

Ter consciência é mais que ter cor?
Pode ser e pode não ser.
Sei que é diferente apenas.
Ninguém pode provar que é mais que só diferente.

Sei que a pedra é a real, e que a planta existe.
Sei isto porque elas existem.
Sei isto porque os meus sentidos mo mostram.
Sei que sou real também.
Sei isto porque os meus sentidos mo mostram,
Embora com menos clareza que me mostram a pedra e a planta.
Não sei mais nada.

Sim, escrevo versos, e a pedra não escreve versos.
Sim, faço idéias sobre o mundo, e a planta nenhumas.
Mas é que as pedras não são poetas, são pedras;
E as plantas são plantas só, e não pensadores.
Tanto posso dizer que sou superior a elas por isto,

Como que sou inferior.
Mas não digo isso: digo da pedra, "é uma pedra",
Digo da planta, "é uma planta",
Digo de mim, "sou eu".
E não digo mais nada. Que mais há a dizer?

Alberto Caeiro, in "Poemas Inconjuntos"
Heterónimo de Fernando Pessoa

Um pouco dos favoritos

Sem entender

"Não entendo. Isso é tão vasto que ultrapassa qualquer entender. Entender é sempre limitado. Mas não entender pode não ter fronteiras. Sinto que sou muito mais completa quando não entendo. Não entender, do modo como falo, é um dom. Não entender, mas não como um simples de espírito. O bom é ser inteligente e não entender. É uma benção estranha, como ter loucura sem ser doida. É um desinteresse manso, é uma doçura de burrice. Só que de vez em quando vem a inquietação: quero entender um pouco. Não demais: mas pelo menos entender que não entendo."

Clarice Lispector

Criatividade

Posso sempre me distrair através do amor, mas no final, fico ansiando por minha criatividade - Gilda Radner

A frase da Gilda me atingiu em cheio quando a li. Não há nenhum substituto para a nossa criatividade. Nem mesmo a família, trabalho ou amigos. Lógico que esses são fundamentais para uma existência feliz e plena,mas não formam o todo. Conheço pessoas com tudo isso, mas que ainda assim, sentem um vazio... É preciso encontrar em nós uma forma de externalizar nossa criatividade.
Esse aqui é o meu caminho. Estou de gatinhas, preciso confessar.
Passei muito tempo apaixonada pela idéia de escrever e essa ilusão me afagou ao longo dos anos sem nunca passar disso, uma ilusão. Jamais dei o primeiro passo. O "amanhã eu começo" sempre era adiado para depois de amanhã. E assim o tempo passou e, junto com o tempo, a habilidade que acreditei um dia ter enferrujou.
Semana passada eu decidi: "agora vai!". Para meu horror, as frases sairam truncadas e sem nexo. E meus dedos! Ora, meus dedos se recusavam obstinadamente a digitar com destreza. Quanta preguiça.
Estou consciente das minhas limitações. Sinceramente, que não as tem? A diferença é o saber que essas tem prazo de validade e que desparecerão assim que eu me desvencilhar da inércia que me impus ao longo dos anos. Como eu queria que fosse ócio criativo e não uma implosão intelectual.

VERBO SER

Que vai ser quando crescer?
Vivem perguntando em redor. Que é ser?
É ter um corpo, um jeito, um nome?
Tenho os três. E sou?
Tenho de mudar quando crescer? Usar outro nome, corpo e jeito?
Ou a gente só principia a ser quando cresce?
É terrível, ser? Dói? É bom? É triste?
Ser; pronunciado tão depressa, e cabe tantas coisas?
Repito: Ser, Ser, Ser. Er. R.
Que vou ser quando crescer?
Sou obrigado a? Posso escolher?
Não dá para entender. Não vou ser.
Vou crescer assim mesmo.
Sem ser Esquecer.

Carlos Drummond de Andrade